terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Alimentos considerados saudáveis também podem fazer mal

A fome começa a apertar a meio da tarde e, querendo manter a saúde (e a forma), opta por uma barra de cereais ou uma bolacha integral. Apesar de a consciência ficar livre de culpa - afinal, não devorou batatas fritas ou gelado - esses alimentos não são tão inocentes assim e também podem prejudicar a saúde.


A lista de alimentos considerados saudáveis mas que não são tão saudáveis assim é bastante grande; vai da barra de cereais à gelatina, passando pelas bebidas desportivas e bolachas integrais. Por isso, esses alimentos devem ser consumidos com critério e moderação.
Na hora de tomar o lanche a meio da tarde ou da manhã, muitas pessoas optam pelas barras de cereais, práticas e populares. «No entanto, é preciso prestar atenção às informações nutricionais», alerta o gastroenterologista Jacques Matone, do Hospital Samaritano de São Paulo. Segundo Matone, muitas barras destas apresentam níveis de gordura saturada extremamente elevadas e açúcares refinados na sua composição, por isso é preciso atentar à quantidade de hidratos de carbono, sódio e gordura total desses alimentos e limitar o seu consumo a situações de emergência.
Levar uma porção de oleaginosas - amêndoas, avelãs, castanha de cajú, nozes, macadâmia - sortida para o trabalho para aquela hora em que começa a apertar a fome no meio do expediente tornou-se uma mania de muitas pessoas. As oleaginosas são uma opção muito saudável de lanche, pois são ricas em nutrientes como proteínas, fibras, vitamina E, selénio, zinco, cobre e magnésio. «Além disso, a maior parte da gordura presente nas oleaginosas é 'boa' (ômega 3, 6 e 9), essencial para o bom funcionamento do organismo, auxiliando na redução do colesterol sanguíneo e também do colesterol mau (LDL)», afirma Matone. Ainda assim, estas não devem ser consumidas sem restrição: devido ao elevado teor calórico, o consumo diário deve ser moderado, limitando-se a poucas unidades: o exagero pode resultar num rápido aumento de peso e distúrbios relacionados com o excesso de lipídeos.
Outra opção muito popular são as bolachas integrais ou sem glúten. Apesar de serem melhores opções do que as versões convencionais, o facto de serem integrais ou sem glúten não justifica o consumo em excesso, pois também são fontes de hidratos e carbono e calorias.
Os sumos em pacote ou em pó também são alternativas práticas para a hora do lanche, e muitos são vendidos em versões mais saudáveis (light ou zero açúcar). Mas também têm os seus pontos negativos. «Muitos são fontes de conservantes e corantes, e contêm excesso de açúcares, não tornando esses produtos saudáveis», aponta a nutricionista Eneida Ramos, do Hospital Israelita Albert Einstein. «Além disso, alguns produtos contêm néctar de frutas (acrescido de água) ao invés de sumo natural, não oferecendo no conteúdo o que o sumo natural ofereceria», diz.
Alguns alimentos foram desenvolvidos especialmente para um grupo determinado de pessoas, e o seu consumo deve ser evitado pela restante população; é o caso do leite sem lactose e das bebidas desportivas.
«Leite sem lactose é óptimo para os intolerantes à lactose. E somente para eles! Como estas bebidas são tratadas previamente com a enzima lactase (deficiente nos intolerantes), o açúcar é mais rapidamente absorvido no sangue», alerta o gastroenterologista Jacques Matone, do Hospital Samaritano de São Paulo. Desta forma, o índice glicémico da bebida sem lactose é maior, com maior disponibilidade de glicose, sendo contraindicado especialmente para pessoas com diabetes.
Já as bebidas desportivas foram desenvolvidas para repor líquidos e sais minerais perdidos com a transpiração durante actividades físicas intensas. Assim, previnem a desidratação e melhoram o desempenho desportivo. Quem não pratica actividade física deve evitar consumir essas bebidas. «As bebidas desportivas não devem ser consumidas sem critério, pois são ricas em sais minerais. Assim pessoas que apresentam hipertensão ou problemas renais devem consultar um nutricionista antes do seu consumo», explica a nutricionista Rosana Cardoso, do Hospital Israelita Albert Einstein.
O consumo exagerado pode fazer até com que um alimento saudável se torne prejudicial – é o caso do azeite. Rico em gorduras boas, o azeite pode reduzir a quantidade de LDL (mau colesterol) do organismo e a formação de placas nas paredes dos vasos sanguíneos. No entanto, deve-se evitar colocar azeite em tudo o tempo todo, pois é altamente calórico.
As saladas elaboradas também merecem atenção especial. «Muitas saladas são incrementadas com ingredientes hipercalóricos como: tomate seco, queijo brie, croutons, molho blue cheese, entre outros. Deve-se atentar aos ingredientes da salada, antes de consumi-la», diz Matone.
A gelatina é considerada uma opção saudável de sobremesa devido ao seu baixo valor calórico. Mas nem por isso é inocente: «Muitas gelatinas são fontes de conservantes, corantes e de açúcares, não fazendo desses produtos saudáveis», ressalta a nutricionista Eneida Ramos. Para quem não resiste a um chocolate e opta pela versão diet por acreditar que é mais saudável, é importante notar que tem o valor calórico semelhante ao da versão normal. Isso porque esses chocolates tem os açúcares reduzidos, mas são ricos em gordura.
O segredo para manter uma alimentação saudável é a moderação. Além disso, deve-se preferir alimentos naturais em detrimento dos industrializados e ter uma dieta equilibrada. Uma alimentação sem exageros, livre de conservantes e corantes e pobre em açúcares e gordura é fundamental para uma vida saudável.Fonte:http://diariodigital.sapo.pt/

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