quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Beber café reduz risco de mortalidade

Conclusão de um estudo de longo prazo da Universidade de Navarra, que envolveu quase 20 mil pessoas e durou 18 anos, apresentado este fim de semana no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia

Beber pelo menos quatro chávenas de café por dia reduz em 64% o risco de mortalidade quando comparado com pessoas que não bebem ou raramente consomem café, de acordo com um estudo espanhol, que envolveu 19.896 participantes desde 1999 e foi conduzido pela cardiologista Adela Navarro, do Hospital de Navarra, em parceria com uma universidade da mesma cidade espanhola.
“Descobrimos uma relação inversa entre beber café e o risco de mortalidade, particularmente em pessoas a partir dos 45 anos”, revelou a médica, na apresentação dos resultados, no passado domingo, durante o congresso anual da Sociedade Europeia de Cardiologia.
Medir a relação entre o consumo de café e a mortalidade, em pessoas de meia-idade, num país mediterrânico, era o desafio da cardiologista quando avançou para a investigação, há 18 anos. Os quase 20 mil participantes, com uma média de 37,7 anos de idade, foram avaliados, em média, ao longo de uma década. E o consumo diário de café mostrou benefícios, segundo a investigadora.
“Os resultados sugerem que beber quatro chávenas de café por dia pode ser incluído numa dieta saudável em pessoas saudáveis”, afirmou Adela Navarro, que não encontrou diferenças na taxa de mortalidade entre homens e mulheres ou entre quem segue muito ou pouco a dieta mediterrânea. Já na relação com a idade, os resultados variaram: nas pessoas com mais de 45 anos, o consumo de café em doses superiores a quatro chávenas diárias revelou uma tendência para uma taxa de mortalidade ainda mais reduzida, informou a Sociedade Europeia de Cardiologia em comunicado.
Estas conclusões estão em linha com outro estudo recente, que juntou uma equipa multidisciplinar para avaliar a relação entre o consumo de café e a taxa de mortalidade em dez países europeus. Financiada pela Comissão Europeia e a Agência Internacional para a Investigação do Cancro, a pesquisa envolveu mais de 500 mil pessoas, num período médio de 16 anos, e concluiu que “beber café foi associado a um menor risco de morte por várias causas”. Os investigadores não identificaram diferenças entre os países estudados, França, Alemanha, Reino Unido, Espanha, Holanda, Grécia, Itália, Suécia, Noruega e Dinamarca.
Fonte:http://visao.sapo.pt/

Elevado consumo de hidratos de carbono é pior para a saúde do que gordura

Pessoas com dieta rica em hidratos de carbono correm maior risco de ter problemas de saúde do que as que consomem maiores níveis de gordura, revela um estudo hoje apresentado e que envolveu mais de 135 mil pessoas.
A equipa de investigadores, liderada por uma universidade no Canadá, avaliou 135 mil pessoas de 18 países dos cinco continentes e os principais resultados são hoje publicados na revista científica The Lancet.
No estudo foram sendo questionados os hábitos alimentares das pessoas, que foram seguidas por uma média de sete anos e meio. Uma das conclusões mostra que uma dieta rica em hidratos de carbono (mais de 60% do total de energia consumida) está ligada a uma maior mortalidade, embora não surja relacionada com maior risco de doença cardiovascular.
Quanto às gorduras alimentares, não foi associado um maior consumo a uma maior mortalidade nem a maior risco de ataques cardíacos ou morte por doenças cardiovasculares. Os investigadores destacam que estes resultados são consistentes com vários estudos e ensaios clínicos conduzidos em países ocidentais nas últimas duas décadas.
Segundo a principal autora do estudo, Mahshid Dehghan, uma diminuição de ingestão de gordura levou a um aumento do consumo de hidratos de carbono. Para a investigadora, as conclusões desta análise podem explicar porque é que certas populações que não consomem muita gordura mas que ingerem muitos hidratos têm maiores taxas de mortalidade.
Dehghan lembrou que durante décadas as diretrizes sobre hábitos alimentares foram no sentido de reduzir a gordura total para níveis abaixo de 30% da ingestão calórica diária, baseando-se na ideia de que reduzir a gordura deveria reduzir as doenças cardiovasculares. Contudo, não foi considerado como se substitui a gordura na dieta.
No estudo, o menor risco de morte verificado foi nas pessoas que consomem três a quatro porções (um total de 375 a 500 gramas) de frutas, vegetais e leguminosas por dia.
Ou seja, uma dieta que inclua um consumo moderado de gordura e fruta e vegetais, evitando hidratos de carbono, está associada a um menor risco de mortalidade.
A investigação revelou que a ingestão de frutas, vegetais e leguminosas é globalmente de entre três a quatro porções por dia, quando as atuais diretrizes recomendam um mínimo de cinco porções diárias. Mas as frutas e vegetais são relativamente caros nalguns países, sobretudo nos menos desenvolvidos, e muitas das pessoas não conseguem alcançar os níveis de consumo recomendados.
Na atual investigação, a ingestão de vegetais crus foi mais fortemente associada a menor risco de morte em comparação com o consumo de vegetais cozidos.
 fonte:http://www.impala.pt/n