sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Estudos advertem: Dar gargalhadas pode ser prejudicial para a saúde

Uma nova revisão de pesquisas académicas publicada numa revista médica britânica descreve os efeitos negativos da gargalhada Entre os alertas estão: a força do riso pode deslocar os maxilares, propiciar o surgimento de hérnias e causar ataques de asma e dor de cabeça. As gargalhadas podem também causar arritmia cardíaca, desmaios e enfisema (esse último, de acordo com um estudo publicado em 1892).

Além disso, rir em excesso pode causar as síndromes raras e perigosas como a de Pilgaard-Dahl e de Boerhaave. E não se esqueça do impacto aterrorizante do riso prolongado no trato urinário (detalhado em um artigo publicado pela Lancet em 1982, intitulado «Giggle Incontinence», ou Incontinência do Riso, em tradução literal).
Na pior das hipóteses, a nova revisão pode ser uma boa notícia para os sisudos. Se 2013 foi o ano dos hipocondríacos, os autores do estudo dão a entender que 2014 será o ano dos pacientes saudáveis de mau humor.
A análise, intitulada «Laughter and Mirth (Methodical Investigation of Risibility, Therapeutic and Harmful)» (O riso e a investigação metódica da risada terapêutica e prejudicial, em tradução livre), recorreu a cerca de 5.000 estudos. Ela foi publicada na revista BMJ, antigamente conhecida como The British Medical Journal, que publica há muito tempo artigos com pesquisas minuciosas sobre assuntos divertidos nas edições de fim de ano. O subeditor da revista, Tony Delamothe, afirmou que o estudo foi revisto por pares – provavelmente por um médico com o senso de humor cuidadosamente controlado.
Este ano, a edição de Natal também inclui os artigos: «Were James Bond's drinks shaken because of alcohol induced tremor?» (As bebidas de James Bond eram batidas por conta de tremores causados pelo alcoolismo?), «The survival time of chocolates on hospital wards: covert observational study» (O tempo de sobrevivência dos chocolates nas alas hospitalares: um estudo observacional secreto), e «Operating room safety: the 10 point plan to safe flinging» (Segurança na sala de operação: um plano em 10 passos para um arremesso seguro), que apresentava precauções como: «Antes de arremessar, identifique o alvo e a área atrás dele», e «nunca arremesse um instrumento para o alto».
Na Primavera passada, os co-autores do estudo,  Robin E. Ferner, professor honorário de farmacologia clínica na Universidade de Birmingham, e Jeffrey K. Aronson, associado de farmacologia clínica em Oxford, especializado no estudo dos benefícios e malefícios de remédios, conversaram sobre qual a relação entre danos e benefícios que poderiam explorar para conseguir a vaga disputada na capa da edição de Natal da BMJ. De acordo com Delamothe, o BMJ recebe quase 120 artigos e aceita cerca de 30.
Ferner e Aronson pensaram nas especialidades de fim de ano, por exemplo, mas as suas preferências eram muito diferentes. «Ele gosta de vinhos licorosos, eu prefiro os secos», explicou Ferner. Então os dois encontraram uma causa em comum, «já que nós dois gostamos de um humor sardónico».
Os dois limitaram os artigos que mencionam o riso a um total de 785, colocando-os em três categorias: benefícios (85), danos (114) e condições que causam riso crónico (586).
A questão chegou em boa hora, argumentaram, já que o BMJ não havia abordado o riso de forma séria há mais de um século. Em 1898, a revista havia publicado o estudo de caso do ataque cardíaco de uma menina de 13 que riu em demasia. No ano seguinte, o problema do riso foi levantado novamente quando o autor de um editorial escreveu em resposta à sugestão de um médico italiano de que as piadas poderiam ser usadas como tratamento para a bronquite, propondo um o termo «gelototerapia». (Gelos era o deus grego do riso; em italiano, gelato significa sorvete.)
Demorou até que o riso ganhasse força como terapia: Em 1928, a revista científica The Journal of the American Medical Association deu pouca atenção ao livro de James J. Walsh, «Laughter and Health» (Riso e saúde, em tradução livre).
Os danos, no entanto, foram observados com atenção. Uma discussão publicada em 1997 sobre a síndrome de Boerhaave, uma perfuração espontânea do esófago, um evento raro e potencialmente letal, mencionou ser o riso uma das suas causas comuns.
Além disso, existe também a misteriosa síndrome de Pilgaard-Dahl, identificada num artigo de 2010 como um pneumotórax induzido pelo riso que afecta homens fumadores de meia idade. O nome é uma homenagem aos comediantes dinamarqueses Ulf Pilgaard e Lisbet Dahl.
«Não acredito que os dinamarqueses sejam terrivelmente engraçados e depois de assistir a algumas de suas apresentações no YouTube, continuo sem acreditar, embora eu obviamente não fale dinamarquês», afirmou Ferner.
Existem outras ameaças respiratórias causadas pelo riso, afirmou. A ruptura dos alvéolos (pequenos sacos de ar dentro do pulmão, que geralmente contem cerca de 600 milhões cada): «Se fizer uma pessoa asmática rir com vontade é melhor que estejam com um inalador ao lado», afirmou Ferner. (Isso com base em 1936 experiências em torno do mecanismo do riso em pessoas asmáticas.)
Além disso, há o perigo de asfixia, como durante a ingestão de alimentos durante risadas intensas.
Fonte:http://diariodigital.sapo.pt/

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