Pequenos choques no cérebro podem ajudar os alunos a aumentar a rapidez com que resolvem um problema matemático. Cientistas acreditam que a estimulação cerebral poderá ser usada para ajudar quem que precisa de um pequeno empurrão com a matemática.
Psicólogos da Universidade de Oxford, em Inglaterra, concluíram que os estudantes que eram submetidos a um procedimento de estimulação cerebral durante cinco dias, resolviam 27% mais rápido um problema aritmético que um estudante que não o tivesse feito.
Se estudos futuros comprovarem que a intervenção resulta e que é segura, este procedimento barato e não-invasivo pode vir a ser usado para aumentar o rendimento cognitivo daqueles que ficam para trás na matéria.
No estudo, publicado no Current Biology, 25 estudantes sofreram pequenas pulsações elétricas no cérebro, enquanto 26 mantiveram aparelho desligado, apesar de pensarem que estavam a também a sofrer estimulação cerebral.
Os alunos realizaram, posteriormente, uma série de testes e os que tinham sido submetidos a estimulação cerebral resolveram os exercícios propostos 27% mais depressa do que os que não tinham sofrido a intervenção, o que revela que os cérebros dos primeiros estariam a trabalhar de forma mais eficiente após a estimulação.
Cohen Kadoshi, o responsável pela investigação, explicou, ao jornal britânico "The Guardian", que o objetivo do estudo é ajudar as pessoas que têm fracas capacidades aritméticas. Calcula-se que 20% da população tem problemas com a aritmética.
Apesar de reconhecer que ainda há muito trabalho para ser feito, o investigador acredita que caminham "numa direção promissora".
Cohen Kadosh explica que os resultados duraram seis meses após o programa de estimulação. Mas alguns cientistas não estão seguros com os resultados, já que foram apenas observados seis dos estudantes que receberam a estimulação.
Chri Chambers, psicólogo da Universidade de Cardiff, explica que apesar da técnica ser "impressionante" pode ser uma "falsa descoberta". "Gostava de ver estes efeitos expostos numa amostra maior, pois se for verdade pode ter implicações importantes na neurociência e no tratamento de vários problemas clínicos", explica.
Amanda Ellison, que estuda estimulação cerebral para reabilitação de pacientes na Universidade de Durham, acredita que, ainda assim, o procedimento "é promissor". "O próximo passo passa por entender o mecanismo deste efeito para que possa ser aplicado noutras funções", explica. A investigadora acredita, ainda, que o impacto desta inovação traz esperança para a neuroreabilitação.
Fonte: JN
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