quinta-feira, 30 de maio de 2024

Alimentos ultraprocessados: consumo regular aumenta risco de morte prematura, alerta estudo


Um novo estudo realizado por cientistas internacionais reforça os perigos do consumo regular de alimentos ultraprocessados (AUP) para a saúde humana. A pesquisa, publicada na revista científica British Medical Journal (BMJ), encontrou uma ligação direta entre o alto consumo de AUP e um risco aumentado de morte prematura por diversas causas.

Evidências sólidas contra os ultraprocessados:

O estudo, considerado o mais abrangente do tipo até o momento, revisou e analisou dados de 45 meta-análises agrupadas, que por sua vez englobaram resultados de quase 10 milhões de pessoas ao redor do mundo. As análises, todas publicadas nos últimos três anos, investigavam a relação entre o consumo de AUP e diversos desfechos negativos para a saúde.

Os resultados foram alarmantes: a ingestão regular de alimentos ultraprocessados foi associada a um risco significativamente maior de morte por diversas causas, incluindo:

  • Doenças cardiovasculares: O risco de morte por doenças cardíacas, como infartos e derrames, aumenta em até 11% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.
  • Doenças cerebrovasculares: O risco de AVC aumenta em até 12% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.
  • Câncer: O risco de desenvolver diversos tipos de câncer, incluindo câncer de mama e colorretal, aumenta em até 6% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.
  • Doenças respiratórias: O risco de morte por doenças respiratórias, como pneumonia e bronquite, aumenta em até 9% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.
  • Diabetes tipo 2: O risco de desenvolver diabetes tipo 2 aumenta em até 15% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.
  • Demência: O risco de desenvolver demência aumenta em até 25% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.
  • Depressão: O risco de desenvolver depressão aumenta em até 11% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.

O que são alimentos ultraprocessados?

A definição de alimentos ultraprocessados (AUP) engloba uma ampla gama de produtos industrializados que passam por diversos processos de transformação, como adição de ingredientes artificiais, conservantes, estabilizantes, corantes e aromatizantes. Exemplos de AUP incluem:

  • Fast-food: Hambúrgueres, pizzas, batatas fritas, nuggets, etc.
  • Salgadinhos: Doritos, Cheetos, Ruffles, etc.
  • Doces e chocolates: Biscoitos, bombons, sorvetes, etc.
  • Sopas e macarrão instantâneos: Sopas Knorr, Maggi, Nissin, etc.
  • Cereal matinal: Frosted Flakes, Sucrilhos, Nesquik, etc.
  • Bebidas açucaradas: Refrigerantes, sucos artificiais, energéticos, etc.

O que podemos fazer?

Embora os resultados do estudo sejam preocupantes, é importante lembrar que a mudança de hábitos alimentares exige tempo e esforço. Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados ​​pode ser um processo gradual, com foco em:

  • Priorizar alimentos frescos e minimamente processados: Frutas, legumes, verduras, grãos integrais, carnes magras, etc.
  • Cozinhar em casa: Preparar suas próprias refeições permite maior controle sobre os ingredientes e a qualidade da comida.
  • Ler os rótulos dos alimentos: Preste atenção à lista de ingredientes, priorizando produtos com menos ingredientes artificiais e processados.
  • Limitar o consumo de bebidas açucaradas: Opte por água, chá, café sem açúcar ou sucos naturais sem adição de açúcar.
  • Buscar ajuda profissional: Nutricionistas podem auxiliar na criação de um plano alimentar personalizado e adaptado às suas necessidades.

Conscientizar-se dos riscos do consumo excessivo de alimentos ultraprocessados ​​e tomar medidas para reduzir sua ingestão é fundamental para a promoção da saúde e do bem-estar a longo prazo. Priorizar uma alimentação rica em nutrientes frescos e minimamente processados ​​é crucial para prevenir doenças crônicas e garantir uma vida mais saudável e plena.

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