Um novo estudo realizado por cientistas internacionais reforça os perigos do consumo regular de alimentos ultraprocessados (AUP) para a saúde humana. A pesquisa, publicada na revista científica British Medical Journal (BMJ), encontrou uma ligação direta entre o alto consumo de AUP e um risco aumentado de morte prematura por diversas causas.
Evidências sólidas contra os ultraprocessados:
O estudo, considerado o mais abrangente do tipo até o momento, revisou e analisou dados de 45 meta-análises agrupadas, que por sua vez englobaram resultados de quase 10 milhões de pessoas ao redor do mundo. As análises, todas publicadas nos últimos três anos, investigavam a relação entre o consumo de AUP e diversos desfechos negativos para a saúde.
Os resultados foram alarmantes: a ingestão regular de alimentos ultraprocessados foi associada a um risco significativamente maior de morte por diversas causas, incluindo:
- Doenças cardiovasculares: O risco de morte por doenças cardíacas, como infartos e derrames, aumenta em até 11% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.
- Doenças cerebrovasculares: O risco de AVC aumenta em até 12% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.
- Câncer: O risco de desenvolver diversos tipos de câncer, incluindo câncer de mama e colorretal, aumenta em até 6% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.
- Doenças respiratórias: O risco de morte por doenças respiratórias, como pneumonia e bronquite, aumenta em até 9% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.
- Diabetes tipo 2: O risco de desenvolver diabetes tipo 2 aumenta em até 15% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.
- Demência: O risco de desenvolver demência aumenta em até 25% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.
- Depressão: O risco de desenvolver depressão aumenta em até 11% para cada 10% de aumento na ingestão de AUP.
O que são alimentos ultraprocessados?
A definição de alimentos ultraprocessados (AUP) engloba uma ampla gama de produtos industrializados que passam por diversos processos de transformação, como adição de ingredientes artificiais, conservantes, estabilizantes, corantes e aromatizantes. Exemplos de AUP incluem:
- Fast-food: Hambúrgueres, pizzas, batatas fritas, nuggets, etc.
- Salgadinhos: Doritos, Cheetos, Ruffles, etc.
- Doces e chocolates: Biscoitos, bombons, sorvetes, etc.
- Sopas e macarrão instantâneos: Sopas Knorr, Maggi, Nissin, etc.
- Cereal matinal: Frosted Flakes, Sucrilhos, Nesquik, etc.
- Bebidas açucaradas: Refrigerantes, sucos artificiais, energéticos, etc.
O que podemos fazer?
Embora os resultados do estudo sejam preocupantes, é importante lembrar que a mudança de hábitos alimentares exige tempo e esforço. Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados pode ser um processo gradual, com foco em:
- Priorizar alimentos frescos e minimamente processados: Frutas, legumes, verduras, grãos integrais, carnes magras, etc.
- Cozinhar em casa: Preparar suas próprias refeições permite maior controle sobre os ingredientes e a qualidade da comida.
- Ler os rótulos dos alimentos: Preste atenção à lista de ingredientes, priorizando produtos com menos ingredientes artificiais e processados.
- Limitar o consumo de bebidas açucaradas: Opte por água, chá, café sem açúcar ou sucos naturais sem adição de açúcar.
- Buscar ajuda profissional: Nutricionistas podem auxiliar na criação de um plano alimentar personalizado e adaptado às suas necessidades.
Conscientizar-se dos riscos do consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e tomar medidas para reduzir sua ingestão é fundamental para a promoção da saúde e do bem-estar a longo prazo. Priorizar uma alimentação rica em nutrientes frescos e minimamente processados é crucial para prevenir doenças crônicas e garantir uma vida mais saudável e plena.
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