quinta-feira, 28 de maio de 2015

Dez dicas e truques para aprender qualquer idioma

Matthew Youlden fala nove idiomas fluentemente e entende, pelo menos, mais de 12. Trabalha num escritório em Berlim e é recorrente vê-lo em acção a utilizar as suas ferramentas, trocando de idioma como um camaleão muda de cor. Chega até a ser difícil perceber que é britânico.


Se quiser ser bilingue (ou poliglota), Matthew deixa os seguintes conselhos…
1. SAIBA PORQUE QUER FAZÊ-LO
Parece óbvio mas se não tiver uma boa razão para aprender um idioma, haverá menos probabilidades de se manter motivado durante a longa caminhada. Querer impressionar quem fala inglês com o seu francês não é uma boa razão: já, querer conhecer um francês ou uma francesa no seu próprio idioma, é algo completamente diferente. Não interessa o motivo, uma vez que decidiu aprender um idioma, é fundamental manter-se firme na sua decisão.
2. MERGULHE DE CABEÇA
Vez a promessa. E agora, como fica? Como continuar? Há uma forma certa, um caminho apropriado para aprender? Matthew recomenda a abordagem máxima de 360°: não importa quais as ferramentas que usar, é fundamental praticar o seu novo idioma todos os dias. «Tenho uma tendência de querer absorver o máximo possível no início. Assim, se estiver a aprender algo eu mergulho na aprendizagem e tento usar o que estou a aprender sempre que posso e todos os dias. Conforme os dias passam, tento pensar, escrever e falar comigo mesmo neste idioma. Para mim é preciso colocar em prática a nova língua - seja escrevendo um e-mail, a falar sozinho, ouvindo música, ouvindo rádio. Envolver-se, mergulhar na nova cultura é extremamente importante.»
A melhor forma de falar um idioma é fazer com que as pessoas falem consigo. Ser capaz de ter uma simples conversa com alguém é uma enorme recompensa para si mesmo. Atingir metas como essas no início tornará mais fácil a tarefa de manter-se motivado e continuar a praticar.
3. ENCONTRE UM PARCEIRO
Matthew aprendeu vários idiomas junto com o seu irmão gémeo Michael (eles decifraram o seu primeiro idioma estrangeiro, o grego, quando tinham apenas oito anos). Matthew e Michael ou os «irmãos super-poliglotas», ganharam os seus superpoderes através de uma saudável rivalidade entre irmãos. «Estávamos sempre muito motivados e ainda estamos. Provocamo-nos constantemente, praticamente empurramos um ao outro para conseguirmos atingir a meta. «Acho que essa é uma forma muito boa de aprender. Ter alguém com quem você possa falar é a ideia atrás da aprendizagem de um idioma.»
4. CONCENTRE-SE NAQUILO QUE É IMPORTANTE
Se fizer da conversação o seu objectivo desde o início, provavelmente não se ficará pelos livros didáticos. Assim, conversar com pessoas que falam esse idioma será a parte mais relevante do seu processo de aprendizagem.
5. DIVIRTA-SE COM A APRENDIZAGEM
Usar o seu novo idioma é, de qualquer forma, um acto criativo. Os irmãos super-poliglotas praticavam o seu grego compondo e gravando músicas. Pense em algumas formas divertidas de praticar o seu novo idioma: faça um programa de rádio com um amigo, desenhe BD, escreva poemas ou simplesmente fale, fale e fale o máximo que puder. Se não conseguir descobrir uma forma de se divertir com o seu novo idioma, é possível que não esteja a seguir o passo número quatro.
6. TORNE-SE NUMA CRIANÇA NOVAMENTE
Isto não quer dizer que comece a desatar a gritar, a ter ataques de choro ou a colar comida nos cabelos, mas sim, que deve tentar aprender da mesma forma que as crianças aprendem. A ideia de que crianças aprendem melhor do que os adultos tem provado ser apenas um mito. Novas pesquisas não puderam encontrar uma ligação dirceta entre idade e habilidade para aprender. A chave para aprender tão rápido como as crianças deve estar simplesmente em agir, em certas situações, da mesma forma que elas agem: por exemplo, a espontaneidade em falar aquilo que lhes vem à cabeça, a forma como brincam com tudo, inclusive com o idioma e a inexistência de bloqueios. As crianças, normalmente, não têm medo de dizer palermices quando falam. Aprendemos a errar. No caso das crianças espera-se que cometam alguns erros, já no caso dos adultos, isso parece ser um tabu. Pense em como é mais fácil ouvir de uma pessoa adulta, “Eu não sei”, do que, “ Eu ainda não aprendi isso” (Eu não sei nadar, eu não sei conduzir, eu não sei falar espanhol). Ser visto a errar (ou a tentar acertar) é um tabu social que não atinge as crianças. Aprender um idioma admitindo que não sabe tudo (e que isso não é um problema) é a chave para se desenvolver e ser livre. Por conseguinte, esqueça as suas inibições do mundo adulto.
7. SAIA DA SUA ZONA DE CONFORTO
Boa vontade para cometer erros significa estar preparado para se colocar em situações embaraçosas. Pode suscitar receio, mas é a única maneira de progredir. Não interessa o quanto se aprende, não irá conseguir falar um idioma sem se mostrar: fale com estrangeiros na sua língua materna, pergunte pelo caminho, peça a comida no restaurante, tente contar uma piada. Quanto mais vezes fizer isso, maior se tornará a sua zona de conforto. «No início, irá encontrar dificuldades, talvez com a pronúncia, a gramática, a sintaxe, ou não conseguirá realmente entender as palavras. Mas acho que o mais importante é estar sempre a desenvolver essa sensibilidade. Todo o falante nativo tem uma sensibilidade para a sua língua materna e isto é o que faz dele um falante nativo - a capacidade de fazer do idioma o seu próprio idioma.»
8. OUÇA COM ATENÇÃO
Para aprender a desenhar é preciso primeiro aprender a olhar, a observar. Da mesma forma, é preciso primeiro aprender a escutar para depois aprender a falar. O som de qualquer idioma parece meio estranho quando escutado pela primeira vez. Assim, quanto mais contacto tiver com esse idioma melhor. Os sons tornar-se-ão cada vez mais familiares e, assim, será mais fácil falá-lo corretamente.
9. OBSERVE AS PESSOAS A FALAREM
Idiomas diferentes exigem diferentes movimentos da sua língua, lábios e garganta. A pronúncia é muito mais um processo físico do que mental. «Uma forma de treino - e isso pode parecer estranho - é realmente olhar uma pessoa enquanto ela está a pronunciar aquele som que não consegue produzir e tentar imitar esse som o máximo de vezes que você puder. Confie, vai parecer difícil no começo, mas irá conseguir. Na verdade, a pronúncia é bastante fácil de alcançar correctamente; é só treinar.» Se não puder observar um falante nativo ao vivo e a cores, assistir a filmes estrangeiros ou à televisão pode ser um bom substituto.
10. FALE SOZINHO
Não há problema algum em falar sozinho quando não tem ninguém para conversar. «Pode parecer muito estranho mas, na verdade, falar sozinho no idioma é uma forma excelente de praticá-lo se você não pode utilizá-lo o tempo todo.» Esse método pode manter novas frases e palavras na sua mente e ajudá-lo a melhorar a sua confiança na próxima vez que você conversar com alguém.
 (Bónus) RELAXE!
Não chateará as pessoas se não falar bem o idioma delas. Se começar uma conversa a dizer «Estou a aprender e gostaria de praticar», a maioria das pessoas será paciente, encorajando-o.


Fonte:http://diariodigital.sapo.pt/n

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