domingo, 2 de setembro de 2012

Comida gordurosa e jejum podem fazer bem para a saúde





Combinação sempre foi tida como a vilã nº 1 da dieta saudável – pesquisas com camundongos mostram o contrário


A ciência moderna diverge em muita coisa, mas uma foi mais ou menos um consenso nos últimos 50 anos: uma dieta equilibrada é aquela em que você come poucas porções ao longo dia. Bem, parece que não é mais assim, pelo menos em ratos.
Uma pesquisa do Instituto Salk para Estudos Biológicos, nos EUA, acaba de mostrar que esse paradigma, um dos mais famosos e aceitos da ciência das dietas, pode não ser verdadeiro. A pesquisa funcionou da seguinte maneira: eles alimentaram dois grupos de ratos, que compartilhavam a mesma raça, idade e genes. Eles foram submetidos ao mesmo cardápio – composto em 60% por alimentos calóricos – mas com refeições em horários diferentes; enquanto metade comia a hora que quisesse, a outra metade só podia comer durante a noite, por 8 horas seguida, ou seja: jejuavam 16 horas por dia. Outros dois grupos de controle estavam sob as mesmas condições de horário, mas com uma alimentação muito mais saudável – apenas 13% de gordura.


O resultado surpreendeu a todos os envolvidos no experimento. Depois de 100 dias, os ratinhos que comiam livremente durante o dia apresentaram problemas no fígado, engordaram, e ainda tiveram um aumento da taxa de colesterol e de glicose no sangue. O grupo do jejum engordou 28% menos e não apresentou nenhum dos problemas de saúde citados acima. E mais: quando eram colocados para se exercitar, os camundongos que tinham horário controlado tiveram um desempenho melhor até que aqueles grupos com a dieta saudável.
A descoberta chave atende por um nome: jejum. Quando você passa longos períodos sem comer, seu organismo ativa enzimas do fígado que quebram o colesterol, transformando-o em ácido biliar, substância que metaboliza a gordura marrom, conhecida por ser um tipo de gordura boa, já que pega as calorias extra e as converte em calor. Em uma frase: o jejum queima a gordura do nosso corpo.
Sim, isso vai contra tudo que sua mãe, seu médico e seus colegas de academias sempre disseram. Por isso a pesquisa está dando o que falar. Apesar da controvérsia, ainda é cedo para cravar que essas conclusões se aplicam 100% aos humanos. Por enquanto, vale esperar – os próximos capítulos e a próxima refeição.


Fonte_:Revista Galileu

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