Investigadores brasileiros identificaram um fragmento de proteína no café que possui propriedades analgésicas e ansiolíticas semelhantes às da morfina, mas com a vantagem de ter efeitos mais fortes e mais prolongados, divulgou a Embrapa esta quarta-feira.
Os efeitos da substância já foram testados com sucesso em ratos de laboratório. A descoberta foi descrita na tese de doutoramento do biólogo molecular Felipe Vinechy, num projeto conjunto da Embrapa e com a Universidade de Brasília, entidades que já solicitaram as respectivas patentes sobre sete diferentes partículas de proteínas isoladas do café.
Vinechy, que inicialmente pretendia isolar genes do café associados à qualidade do produto num projeto para o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agrónoma para o Desenvolvimento (Cirad) de França, identificou sequências genéticas do grão com estruturas semelhantes às de alguns opiáceos endógenos de humanos.
O biólogo, orientado pelo pesquisador da Embrapa, Carlos Bloch Júnior, decidiu concentrar-se nos fragmentos identificados e avaliar experimentalmente as suas funções e efeitos em mamíferos.
As experiências com ratos mostraram que as substâncias tinham propriedades semelhantes às da morfina, mas com efeitos analgésicos maiores e mais duráveis, de até quatro horas, e sem outros efeitos colaterais.
O possível desenvolvimento de um analgésico ou de um tranquilizante a partir da substância do café, no entanto, exigirá novas pesquisas que permitam sintetizar a proteína e analisar os seus efeitos em humanos.
A descoberta foi possível devido a um banco de dados com a descrição completa do genoma do café criado pela Embrapa em 2004, que inclui 200 mil sequências genéticas, 30 mil delas já identificadas.Fonte:http://diariodigital.sapo.pt/
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